quinta-feira, 29 de março de 2012

A cada dois dias uma pessoa morre eletrocutada em SP

94% das vítimas são homens, maioria com idades entre 30 e 49 anos, aponta levantamento da Secretaria de Estado da Saúde

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que praticamente a cada dois dias, em média, uma pessoa morre em decorrência de descarga elétrica em todo o Estado.

Em 2010, último dado consolidado disponível, foram registrados 167 óbitos. Destes, 157 eram homens (94%), com idade entre 30 e 49 anos (81 casos).

Os homens também lideram o ranking das internações provocadas por contato a corrente elétrica. Das 1.225 hospitalizações registradas em 2011, 77% eram masculinas.


De acordo com o supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau) da Secretaria, Gustavo Feriani, a realização das atividades laborais é a principal razão para que a maioria das vítimas seja masculina.

“Os homens fazem serviços de obras ou reparos em domicílio, muito próximos à rede elétrica. Na grande maioria das vezes, infelizmente, sem equipamentos de proteção ou cuidados específicos para essa atividade”, explica Feriani.

Além disso, houve um crescimento de 91% dos casos de internação por conta à exposição à corrente elétrica nos últimos quatro anos. Em 2008, foram 642 registros de hospitalização. Em 2009 houve 1.004 internações e, em 2010, 1.031 hospitalizações.

Nestes últimos quatro anos, a região de Piracicaba é a que mais acumulou casos de internações (2.584), seguida da Grande São Paulo (762) e de Sorocaba (105). Os municípios que mais contabilizaram hospitalizações neste período foram Piracicaba (2.104), São Paulo (457) e São Pedro (164), também localizado na região de Piracicaba.

Segundo o supervisor médico do Grau, em muitos casos, a pior lesão não é a que está visível, uma vez que a corrente elétrica passa pelos tecidos com menor resistência, causando maior impacto nos músculos, nervos e vasos.

“A vítima pode ter arritmia cardíaca grave causada pelo choque, destruição muscular grave, queimaduras de pele nas áreas de entrada e de saída da corrente elétrica pelo corpo e, tardiamente, insuficiência renal aguda e até morte”, afirma Feriani.

Para o especialista, toda queimadura elétrica, mesmo as causadas por baixa voltagem, necessita de avaliação e cuidados médicos.

Nenhum comentário: