Victor Matsudo
Em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma estatística alarmante, apontando o sedentarismo como o quarto principal fator de risco de morte em todo o mundo.
Segundo a entidade, todos os anos, 3,2 milhões de pessoas perdem suas vidas em todo o planeta por enfermidades crônicas não transmissíveis que são agravadas pela falta de atividades físicas regulares, a exemplo da hipertensão, do diabetes e das doenças cardiovasculares.
Infelizmente, a ausência de exercícios físicos regulares se tornou um perigoso hábito de vida, sustentado desde crianças até os idosos. Comportamento esse prejudicial à saúde e identificado em pesquisas promovidas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul).
Levantamento promovido no ano passado em 2,5 mil escolas em todo o Estado, com crianças da 5ª e 9ª série do ensino fundamental (ciclo II) e do 3º ano do ensino médio, apontou que os alunos mais novos são, em média, 20% menos ativos do que os adolescentes.
A principal hipótese para tal fenômeno é que as crianças estão mais expostas aos atrativos do computador, do videogame e da televisão, o que as afasta da realização de exercícios físicos. Uma situação preocupante, que agrava a tendência para a obesidade infantil.
Outro estudo, divulgado neste ano, aponta que a falta de atividades físicas regulares na terceira idade afeta diretamente as reações metabólicas, neuromotoras e funcionais do idoso, sobrecarregando, sobretudo, o equilíbrio.
Comprometimentos com a agilidade, o reflexo e a flexibilidade também foram observadas na pesquisa, que comparou 300 mulheres sedentárias entre 50 e acima de 70 anos. Fatores esses que sujeitam a pessoa ao aumento de riscos de doenças e a dificuldades na execução de atividades diárias simples, como desviar de obstáculos durante uma caminhada ou, simplesmente, amarrar cadarço de um sapato. O envelhecimento com saúde é tema do Dia Mundial da Saúde, celebrado no próximo dia 7 de abril.
Para alertar a sociedade sobre os malefícios do sedentarismo, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e o Celafiscs (Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul) promovem, desde 1996, o Agita São Paulo, programa para estimular a prática de atividades físicas regulares.
Em 2002, a iniciativa foi adotada pela OMS como referência em ação de promoção de saúde, servindo de modelo para criação do Agita Mundo – dia mundial da atividade física, comemorado simultaneamente por 40 países em 6 de abril, para estimular a população a realizar 30 minutos de atividades físicas por dia (no caso das crianças, 60 minutos), cinco dias por semana. Naquele mesmo ano o Estado de São Paulo passou a ser o único estado com a data oficial no seu calendário.
Simples atitudes podem trazer para o cotidiano o prazer e os benefícios da atividade física para a saúde. Caminhar, cuidar de um jardim, passear com o cachorro, lavar o carro, utilizar as escadas no lugar do elevador, pedalar, danças, jogar futebol, entre tantos outros exercícios viáveis e práticos, possíveis de serem realizados no dia-a-dia. Basta fazer disso uma realidade necessária.
Victor Matsudo, pesquisador, é coordenador geral do Programa Agita SP da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
terça-feira, 27 de março de 2012
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