segunda-feira, 28 de maio de 2012
Banco de Multitecidos do HC duplica capacidade de processamento
Ampliação beneficiará pacientes vítimas de queimaduras graves e feridas complexas
O Banco de Multitecidos (pele e outros substitutos cutâneos) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o mais antigo do Brasil, duplicou capacidade de processamento. A unidade passou a contar com quatro salas para exame, descontaminação e esterilização de tecidos de doador cadáver e salas de armazenamento e repasse.
Obras estruturais permitiram a expansão da unidade, em funcionamento no 9º andar do Instituto Central do HC. Os investimentos, de R$ 940 mil, foram do governo do Estado de São Paulo.
Serão beneficiados pacientes vítimas de queimaduras e feridas complexas que necessitam de enxertos e transplantes de pele para a recuperação. Só no Hospital das Clínicas são prestados, em média, 530 atendimentos por mês, totalizando 6,3 mil por ano, a queimados provenientes de diversas regiões do país.
O Banco de Multitecidos é responsável pela captação, preparo e armazenamento, por até dois anos, da pele a ser transplantada. A captação é feita em doador cadáver, semelhante a uma doação de órgãos, e com a necessária autorização da família.
A pele doada é submetida a exames e tratamentos para a sua conservação. A rigidez nos padrões de qualidade e de seleção dos tecidos é imprescindível para a garantia da redução de riscos aos indivíduos receptores.
“A pele reduz o risco de infecções e facilita o controle clínico dos pacientes com queimaduras extensas”, explica o cirurgião plástico André Paggiaro, responsável pelo Banco de Tecidos.
São utilizadas, em média, de 2 mil a 3 mil centímetros quadrados de pele em cada procedimento. O uso da pele de cadáver aumenta, em muito, a chance de sobrevida dos queimados em situação grave.
“Os procedimentos diminuem a morbidade e a mortalidade, reduzem as sequelas e o tempo de internação, o que possibilita ao hospital uma maior rotatividade dos leitos”, enfatiza Marcus Ferreira, professor titular da Divisão de Cirurgia Plástica, a qual o banco de tecido é subordinado.
Com a reforma, os fluxos de recebimento, processamento, armazenamento e repasse dos tecidos (pele) foram modernizados, com alas independentes e acessos diferenciados. Um sistema avançado de pressão negativa do ar controla o número de partículas para evitar contaminação dos ambientes e aparelhos de refrigeradores, com 80 graus negativos, são utilizados para ultracongelamento dos tecidos.
Segundo Paggiaro, há apenas dois bancos do gênero no país autorizados pelo Sistema Nacional de Transplantes a realizar este tipo de processamento.
Captação
A retirada do tecido do doador é feita como uma cirurgia tradicional e não causa deformação. Ela é realizada em áreas que não ficam expostas, como a região posterior das coxas e dorso.
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