segunda-feira, 7 de maio de 2012

HC quer individualizar tratamento de TOC infantil

Pesquisa tem como objetivo definir terapêuticas baseadas nas características de cada criança ou adolescente; estudos serão ampliados

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade da rede pública estadual e maior complexo hospitalar da América Latina, está ampliando suas pesquisas para descobrir as causas e os melhores tratamentos, em cada caso, para o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) em crianças.

O objetivo é definir qual sequência de tratamentos é mais adequada para jovens e crianças que sofrem com TOC. Para isso, foi desenvolvido projeto de tratamentos sequenciais randomizados, do inglês Sequential Multiple Assignment Randomized Trial, ou SMART.

A pesquisa pretende verificar se existem diferenças entre se iniciar o tratamento do TOC com medicamentos ou com terapia cognitiva-comportamental, em grupo para crianças e adolescentes, levando em conta diversas características dos pacientes, como sexo, idade de início dos sintomas e presença de outros diagnósticos psiquiátricos concomitantes, entre outros itens.

“É uma maneira de oferecer tratamentos de primeira linha na rede pública baseados em resultados que levem em conta características dos pacientes e fatores que influenciam a resposta aos diferentes tipos de tratamento”, explica Rosa Magaly Morais, psiquiatra da infância e adolescência e organizadora de uma das pesquisas do HC.

Podem participar da seleção crianças e adolescentes entre seis e 17 anos de idade que apresentem pensamentos, imagens ou impulsos repetitivos e comportamentos repetitivos. O estudo vai oferecer avaliação da saúde mental dos participantes e o tratamento poderá ser com uso de medicamentos e/ou terapia cognitiva-comportamental em grupo. O acompanhamento especializado durará um ano.

O HC está desenvolvendo, também, um estudo inédito de caracterização em crianças e adolescentes de fatores de risco para o TOC. O estudo busca identificar relações entre o fato de os pais terem TOC e outros transtornos de ansiedade e a chance de que seus filhos também desenvolvam o problema. Desta forma, será possível traçar estratégias de prevenção contra o desenvolvimento da patologia.

Podem participar da seleção pais com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), pânico, transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e fobia social com diagnóstico estabelecido por médico psiquiatra, e que tenham filhos com idade entre 3 a 17 anos.

Também serão aceitos casos de crianças com idade entre 3 a 17 anos que tenham irmãos com um dos diagnósticos acima citados (TOC, pânico, TAG e fobia social). Este projeto conta com uma avaliação psicopatológica e neuropsicológica completas.

“A pesquisa poderá significar um avanço importante no diagnóstico e no tratamento precoce das crianças e adolescentes, com impacto direto da diminuição do sofrimento e melhora da qualidade de vida das crianças e suas famílias”, afirma a psicóloga Priscila Chacon, responsável pela pesquisa.

Em ambas as pesquisas os participantes terão a oportunidade de serem avaliados gratuitamente pelos profissionais do Instituto de Psiquiatria.

As inscrições, para as duas pesquisas, podem ser feitas pelo telefone 2661-7594 e, para a pesquisa com os pais e filhos, poderá ser efetuada, também, pelo e-mail priscilachacon@usp.br.

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