Voluntários serão priorizados de acordo com lista de espera da Central de Transplante de Órgãos da Secretaria de Estado da Saúde
O Instituto Dante Pazzanese, unidade da Secretaria de Estado da Saúde referência em cardiologia para o país, acaba de receber autorização para realizar cirurgias com o Coração Artificial Auxiliar em seres humanos.
Nesta primeira fase, de protocolo de investigação, o Dante já selecionou cinco pacientes que receberão o dispositivo de assistência ventricular esquerda, como uma espécie de ponte para o transplante cardíaco posterior.
Estes estudos são necessários para avaliação hemodinâmica dos pacientes durante a assistência circulatória, bem como do resultado clínico do procedimento, a partir da realização do transplante cardíaco ou da retirada do dispositivo decorrente da recuperação da função ventricular dos pacientes.
Esta nova fase do projeto se dá após o processo de desenvolvimento tecnológico do Coração Artificial Auxiliar como dispositivo de assistência ventricular esquerda, realizadas por meio de testes “In Vitro” pela Divisão de Bioengenharia e na Cirurgia Experimental do Dante Pazzanese.
Indicação
O implante do coração artificial é indicado em pacientes que apresentam choque de origem cardiogênica, que não respondem ao uso de medicamentos e ao controle adequado dos líquidos circulantes do organismo. Os pacientes a serem incluídos são os com diagnóstico de insuficiência cardíaca descompensada ou de insuficiência cardíaca aguda, em condições clínicas e psicossociais aceitáveis e candidatos a Transplante Cardíaco em fase de espera de doador compatível em prioridade na lista da Central de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, fazendo uso de drogas inotrópicas ou mesmo Balão intraórtico.
Vale destacar que são contra-indicados maiores de 65 anos ou com peso inferior a 40 quilos, com episódio de embolia pulmonar no último mês, entubação prolongada (período superior a 48 horas), relato de reanimação cardiopulmonar nas últimas 24 horas, sequela neurológica aguda, insuficiência renal aguda ou crônica, com Creatinina maior que 2,5 mg/dl e ou Uréia superior a 100 mg/dl, disfunção hepática com Bilirrubinas totais maiores que 3 mg/dl e quadro infeccioso ativo ou distúrbios hemorrágicos.
Após o procedimento cirúrgico, os pacientes permanecem internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante as duas primeiras semanas de pós-operatório, com posterior transferência para Unidade Semi-Intensiva até que continue com o dispositivo implantado.
A assistência do coração artificial se dará pelo prazo mínimo de 30 dias, pois somente a partir deste período é que se inicia o remodelamento reverso do organismo do paciente.
“É um importante passo da medicina brasileira”, comemora Amanda Sousa, diretora do Dante Pazzanese.
O projeto do coração artificial brasileiro tem apoio do Hospital do Coração (HCor), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Saúde.
O hospital estadual Dante Pazzanese fica na Avenida Dr. Dante Pazzanese, 500, na Vila Mariana.
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