terça-feira, 8 de novembro de 2011

Saúde pesquisará comportamento gay para aperfeiçoar prevenção à Aids

Pesquisadores vão aplicar 1.000 questionários rápidos e oferecer teste de HIV na região central da cidade

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo irá realizar, a partir deste mês, uma ampla pesquisa sobre o comportamento de gays, homens que fazem sexo com homens e travestis no centro de São Paulo sobre práticas sexuais e prevenção do HIV. Cerca de 1.000 pessoas deverão ser ouvidas ao longo dos próximos três meses.

Batizado de projeto SampaCentro, o estudo, realizado em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, tem como objetivo conhecer melhor os hábitos deste público e possibilitar o aprimoramento das ações de prevenção à Aids.

Dados epidemiológicos do programa estadual de DST/Aids, da Secretaria, apontam que a prevalência de HIV/Aids entre a população geral é de 0,6%, enquanto em gays e outros HSHs (homens que fazem sexo com homens) chega a 10,5%.

A pesquisa, coordenada pelo Centro de Referência em DST/Aids, da Secretaria, será realizada nos bairros da República e Consolação. Serão abordados frequentadores de bares, boates, academias, cinemas e outros espaços da região central. Quem aceitar colaborar voluntariamente com a pesquisa irá responder um questionário objetivo de caráter sócio-comportamental e será convidado a realizar um teste anti-HIV.

O teste de HIV será realizado em um posto itinerante do projeto, que pode funcionar em uma van ou dentro dos estabelecimentos onde os pesquisadores estiverem atuando. Os dias, horários, locais e até as pessoas que serão abordadas serão escolhidos por sorteio para garantir a representatividade do trabalho.

Identificação

Os entrevistadores usarão colete azul e prancheta para abordar o público. Todos são profissionais da área da saúde ou de ciências sociais e são altamente qualificados para o levantamento.

“É importante ainda salientar que todas as respostas fornecidas pelos participantes serão mantidas em sigilo, bem como suas identidades”, afirma a médica Maria Amélia Veras, uma das coordenadoras do projeto.

Para quem tiver dúvidas, é possível acessar o site do projeto (www.projetosampacentro.com.br) para consultar mais detalhes da pesquisa e até conversar com os entrevistadores, se considerar necessário.

Resultados

O resultado do exame anti-HIV não ficará pronto na hora da entrevista. Os voluntários poderão buscá-lo pessoalmente após em 15 dias no CRT (rua Santa Cruz, 81, na Vila Mariana). A equipe do CRT entregará os resultados e dará orientações, além de disponibilizar outros exames. Nos casos em que o resultado for positivo, os voluntários serão convidados a fazerem a matrícula no centro para que passem a receber atendimento médico especializado.

O estudo foi idealizado porque foi constatada a necessidade de compreensão mais adequada das características pessoais e sociais dos diversos grupos, já que biologicamente, a prática de sexo desprotegida é que coloca os seres humanos em risco e, por isso, todos, independentemente da opção sexual, estão sujeitos à infecção por HIV.

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