Médicos do hospital estadual referência em infectologia avaliam eficácia de novos tratamentos sob supervisão do órgão norte-americano
O hospital estadual Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo referência em infectologia, vem testando novas drogas mais potentes para tratamento e cura da hepatite C, sob supervisão do FDA (Food and Drug Administration) norte-americano.
Para a equipe do Núcleo de Apoio à Pesquisa do Instituto Emílio Ribas, os estudos em andamento significam uma nova era no tratamento da doença.
Segundo os médicos infectologistas do Instituto, o tratamento atual tem alcançado uma média de 50% de cura, e de 35% a 40% em pacientes portadores da hepatite C do genótipo 1. No entanto, novas drogas sintéticas prometem revolucionar o tratamento da doença. Duas delas já estão em uso nos Estados Unidos e na Europa e, acabam de ser aprovadas pela Anvisa (Telaprevir e Boceprevir) para comercialização. A expectativa é de que o medicamento esteja disponibilizado para os pacientes do SUS até o segundo o semestre de 2012.
No caso do medicamento Telaprevir, associado ao esquema de medicação convencional (Interferon e Ribavirina) foi possível alcançar 75% de cura em pacientes não tratados e 88% em pacientes que tiveram recaídas após realizar um tratamento tradicional. O medicamento Boceprevir também alcançou os mesmos êxitos.
O médico Roberto Focaccia, responsável pelos estudos no Emílio Ribas, diz que dos nove pacientes tratados no Emílio Ribas com o Telaprevir - conjugado ao tratamento convencional, oito tiveram a cura da doença.
“A eficácia tem se mostrado até mesmo na redução do tempo de tratamento, diminuindo de um ano para a média de nove a 11 meses”, complementa Focaccia.
A equipe de médicos do Grupo de Hepatites do Emílio Ribas participa agora dos novos estudos de avaliação clínica com as novas drogas desenvolvidas, como o Alispolivir. O medicamento atua diretamente na célula hepática e é ativo contra todos os genótipos do vírus da hepatite C. Outro teste é de um medicamento inibidor de polimerase que, em fase inicial de testes em voluntários, já alcançou 100% de cura.
A esperança dos pesquisadores reside também na possibilidade futura de substituir o Interferon atualmente em uso, que gera efeitos colaterais semelhantes à quimioterapia oncológica por drogas que causem sensíveis reduções dos efeitos indesejáveis.
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