quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SP premia hospitais e equipes que incentivaram doações e transplantes de órgãos

Prêmio ‘Destaque em Transplantes’, espécie de ‘Oscar’ da categoria, homenageia 14 instituições de saúde e dois Serviços de Procura de Órgãos e Tecidos

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo decidiu premiar os hospitais e equipes que mais contribuíram, neste ano, para o incentivo da doação de órgãos, bem como as que se destacaram na realização de transplantes. A homenagem aconteceu na manhã desta quinta-feira, 27 de setembro, Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, na capital paulista.

As instituições foram premiadas pelos resultados obtidos entre os meses de janeiro e agosto de 2012. Todas as unidades recordistas em número de transplantes ou notificação de doadores receberam uma placa estilizada da Secretaria.

“Hoje o Estado de São Paulo tem um serviço de transplantes que é referência nacional e internacional e o prêmio vem incentivar os profissionais e os hospitais a manterem a qualidade e aperfeiçoarem cada dia mais este trabalho”, disse o secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

Dentre os hospitais que mais realizaram transplantes, Hospital Israelita Albert Einstein se destacou nas cirurgias de fígado, com 105 procedimentos realizados de janeiro a agosto. No interior, o destaque ficou para o Hospital das Clínicas da Unicamp, que realizou 27 transplantes no período.

No caso dos transplantes de coração, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da capital foi a unidade de maior destaque na região da Grande São Paulo, com 23 procedimentos realizados nos oito primeiros meses deste ano. No interior, o Hospital das Clínicas da Unicamp foi a principal unidade, com nove procedimentos feitos no período. Dentre os transplantes isolado de pâncreas, o Hospital Bandeirantes se destacou na capital com nove procedimentos na Grande São Paulo. Já no caso de pâncreas e rins (transplante simultâneo), o Hospital do Rim e Hipertensão, da Escola Paulista de Medicina, liderou o número de procedimentos, com 19 cirurgias. No interior, o Hospital das Clínicas de Botucatu foi o que mais realizou transplantes de pâncreas e rins: quatro ao todo.

No caso dos transplantes isolados de rim, o Hospital do Rim e Hipertensão, da Escola Paulista de Medicina também venceu, com 431 procedimentos. O Hospital das Clínicas da Unicamp foi o vencedor em número absoluto de transplantes de rins no interior, com 59 registros. Dentre os transplantes de pulmão, o Hospital das Clínicas da FMUSP liderou na capital, com 18 procedimentos.

Sobre os dados de transplantes de córnea, na Grande São Paulo, o Hospital de Olhos Paulista alcançou o maior número de pacientes, com 150 procedimentos. No interior, o Hospital Oftalmológico de Sorocaba foi o grande destaque, com 1.502 transplantes.

Notificações
O Hospital das Clínicas da FMUSP foi a unidade que mais realizou notificações de doadores em potencial na Grande São Paulo. A unidade fez 60 notificações de janeiro a agosto. No interior, o Hospital de Base de São José do Rio Preto foi o que mais notificou: 44 doadores.

Em relação ao trabalho dos Spots (Serviços de Procura de Órgãos e Tecidos), o do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP teve o melhor desempenho, viabilizando 38,1% de doadores em sua região de abrangência. No interior, o SPOT do HC de Botucatu bateu o recorde de viabilização de doadores, com índice de 44,3%.

Segundo os dados da Central de Transplantes, de 1º de janeiro a 19 de setembro houve 5.662 transplantes de órgãos e tecidos no Estado de São Paulo. O número é similar ao mesmo período de 2011, quando foram registrados 5.655 procedimentos.

Até o momento, desde janeiro, foram registrados 571 doadores de órgãos no Estado de São Paulo, contra 570 no mesmo período do ano passado.

Neste ano, até 19 de setembro, foram realizados 60 transplantes de coração, 44 de pulmão, 380 de fígado, 1.026 de rim, 60 de pâncreas e 4.092 de córnea.

 Nível internacional
O Estado de São Paulo atingiu, em 2011, a taxa média de 20,5 doadores de órgãos por milhão de população. Trata-se de um dos melhores índices Brasil, similar, inclusive, ao de países de primeiro mundo, como a França (23,8) e Itália (21,6).

Na Região Metropolitana da Grande São Paulo, a taxa média é de 29 doadores por milhão de população, próximo à taxa da Espanha, modelo de sistema de transplantes para o mundo.

Este patamar foi alcançado gradativamente em especial graças ao trabalho dos 10 Serviços de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) espalhados por todo o Estado, sendo quatro deles na capital. São estes serviços os responsáveis não apenas por todo o processo de captação de órgãos e tecidos, mas pela abordagem da família que, ao perder um parente, pode decidir sobre salvar até outras sete vidas.

Cerca de 25% dos pacientes em lista de espera para transplantes no Estado de São Paulo são residentes de outros estados brasileiros, especialmente Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Campanha
Em celebração ao Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado em 27 de setembro, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), promove uma série de ações durante o mês setembro, na capital e no interior, como forma de chamar a atenção da população para a importância da doação de órgãos e tecidos.

Este ano, a campanha conta apresentações aéreas da esquadrilha da fumaça no Campo de Marte, caminhadas e ações educativas em hospitais, escolas e locais destinados a lazer, como praças e parques, entre outras iniciativas.

O principal objetivo da campanha é passar orientações sobre o que é a doação de órgãos e qual a seriedade desse procedimento por meios dessas atividades, mas, principalmente, conscientizar a população de diferentes faixas etárias sobre a importância de tornar pública a sua posição favorável a respeito da doação de órgãos.

“É importante que a população entenda que a doação de órgãos pode ajudar a salvar outras vidas. Por isso, a recomendação para quem deseja ser doador de órgãos, é deixar esta intenção bem clara aos familiares, pois somente a família pode autorizar ou não a retirada de órgãos para transplante no caso de morte encefálica”, diz Agenor Spallini Ferraz, responsável pela Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde.

Um comentário:

Jorge Ramiro disse...

O progresso pode fazer um transplante de olho? Disseram-me que sim, você pode reinserir o olho, mas não sei se é verdadeiro ou falso. Disseram-me que em um dos centros de oftalmologia em Sao Paulo foram capazes de fazer isso operação.