Objetivo é qualificar médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde em todo o Estado; medida é importante para reduzir índices de mortalidade materno-infantil
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, inicia nesta quarta-feira, 12 de setembro, um Curso à Distância de Atenção à Saúde da Gestante e Puérpera (mulher que acabou de dar a luz). A medida é importante para reduzir ainda mais os índices de mortalidade materno-infantil.
Com duração de 12 semanas, o curso tem como principal objetivo qualificar profissionais médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde no Estado, seguindo as Linhas de Cuidado para a Gestante e Puérpera atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS) paulista.
“Somente com a oferta de uma rede integrada de serviços de saúde é possível garantir o acompanhamento precoce das gestantes, bem como a prevenção, diagnóstico e tratamento adequado de eventuais problemas no período de gestação”, ressalta Karina Calife, responsável pela área de Saúde da Mulher da Secretaria.
O primeiro curso contará com 600 participantes, dos quais 300 médicos e 300 enfermeiros, e será ministrado em seis módulos, com apresentação de casos clínicos, vídeos de educação aplicada, materiais complementares e fóruns de discussão para troca de experiências e resolução de dúvidas. A primeira aula, nesta quarta-feira, será realizada com a participação de todos os alunos, coordenadores, tutores, professores e gestores.
Tutores
No final do mês de agosto, 20 profissionais formados em medicina e com especialização em ginecologia e obstetrícia, passaram por treinamento para formação de tutores responsáveis para ministrar o curso à distância aos demais profissionais de saúde.
Dentre os pré-requisitos para se tornar um tutor, destaca-se a formação em medicina (graduação completa) e especialização em ginecologia e obstetrícia (concluída ou cursando, no mínimo, o terceiro ano de residência médica) ou pós-graduação stricto senso (concluída ou em andamento).
Estes profissionais foram capacitados a serem tutores do curso à distância após treinamento presencial de oito horas semanais e outro treinamento não-presencial de outras oito horas. Além disso, os tutores terão que ter disponibilidade de mais oito horas presenciais para dois encontros de quatro horas cada, sendo um encontro para a abertura e outro para o encerramento do curso à distância.
O primeiro curso à distância de saúde materna será oferecido para profissionais das regiões de Bauru, Marília, Campinas, Baixada Santista e Registro, Diadema (na região do ABC) e os municípios da região de Mananciais (Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista) e do Alto Tietê . Metade das vagas é destinada a médicos (clínicos e médicos de saúde da família) e a outra metade para enfermeiros (atenção básica/ saúde da família).
Após a conclusão do curso, espera-se dos formandos a organização de ações nas UBS, a fim de realizar a captação precoce da gestante e realizar o acompanhamento do pré-natal e puerpério, além de organizar atividades educativas para a promoção da saúde, visando melhora da qualidade da assistência à gestante e puérpera no SUS-SP.
O formando deverá, ainda, incorporar na rotina das UBS os fluxos de atendimento para as gestantes e puérperas e os protocolos clínicos de atenção e de exames complementares (rastreamento, diagnóstico inicial e seguimento clínico) propostos nas Linhas de Cuidado.
Mortalidade infantil
A mortalidade infantil no Estado de São Paulo caiu 31% nos últimos 11 anos e atingiu, em 2011, o menor nível da história. É o que apontou o mais recente balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Seade.
O índice do ano passado ficou em 11,5 óbitos de crianças menores de um ano de idade a cada 1.000 nascidas vivas no Estado, contra 16,9 em 2000. A taxa coloca o Estado entre as áreas de menor risco de morte infantil do Brasil. A mortalidade infantil é o principal indicador da saúde pública segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
A região de Barretos apresentou, em 2011, o menor índice de mortalidade infantil do Estado, com 8,1 óbitos por 1.000 nascidos vivos, seguida pela região de São José do Rio Preto, com 9,1, e de Presidente Prudente, com 9,9.Na comparação com 2010, as regiões de Presidente Prudente e Registro apresentaram as maiores reduções no índice, de 19,8% e 15%, respectivamente. De 17 regiões de Saúde no Estado, 12 tiveram, em 2011, redução do índice na comparação com o ano anterior, e 10 atingiram os menores patamares de mortalidade infantil da história.
Já em relação aos valores do ano de 2000, todas as regiões apresentaram redução da mortalidade infantil, com destaque para a queda de 52% na de Barretos, 49% na de Registro, 44% da de Presidente Prudente e 42% na de Marília.
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