Levantamento foi realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo com mais de 26 mil pacientes
Levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, apontou que 11% dos pacientes oncológicos atendidos na unidade assumem ter mantido durante a vida, ou ainda manter, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. O estudo foi realizado com base nas informações de 26,1 mil pacientes atendidos entre agosto de 2008 e fevereiro de 2011.
O estudo mostra ainda que 6% dos que assumem essa postura são jovens com até 39 anos. Além disso, foi possível verificar que o vício está mais presente entre os homens: dos 12,5 mil pacientes do sexo masculino investigados, 18% relataram consumo abusivo de álcool. No comparativo apenas com os pacientes jovens analisados (964), a porcentagem é de 9%.
Entre as mulheres, o percentual de pacientes que admitem o hábito do etilismo é de 4%, de um total de 13,6 mil participantes do levantamento. A média se mantém na análise exclusiva do público jovem, onde há 1.650 mulheres de até 39 anos.
"O consumo exagerado de álcool eleva as chances de desenvolver câncer de boca, laringe, esôfago, pâncreas e fígado. Além disso, pode aumentar o efeito carcinogênico de outras substâncias, principalmente o tabaco”, afirma o diretor do ICESP, Paulo Hoff.
Câncer de boca
Dos 2,8 mil pacientes do Icesp que assumiram ter adotado ou ainda manter um perfil de abuso de bebidas alcoólicas, 36% desenvolveram tumores na região da boca e garganta.
Embora o cigarro seja a principal causa de doenças na região da cabeça e do pescoço, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas também contribui, e muito, para o surgimento destes tumores, principalmente quando associados ao tabagismo. Semanalmente, o Instituto recebe de 5 a 10 novos casos de câncer nesta região do corpo.
A doença pode ser evitada com medidas simples, como não consumir bebidas alcoólicas em excesso, não fumar e dar preferência a alimentos como frutas, verduras e legumes crus.
Também é importante que as pessoas se habituem a examinar a boca diante do espelho à procura de caroços, aftas, manchas brancas e outros ferimentos. Além disso, cuidar da higiene bucal e visitar o dentista periodicamente, podem ajudar a realizar a detecção precoce de um câncer. Vale ressaltar que qualquer alteração que não melhore, como aftas que não cicatrizam, sangramentos que não passam sozinhos ou dor de garganta que persista por mais de 14 dias é motivo para uma visita ao médico.
“Esse levantamento sugere como o álcool é nocivo também à saúde bucal, podendo estar relacionado ao surgimento de tumores nessa região”, alerta o oncologista clínico do Icesp Gilberto Castro.
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