A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo identificou, pela primeira vez no Estado, a circulação do vírus do tipo 4 da dengue. O caso é de uma moradora do município de São José do Rio Preto, que já está curada. A paciente não tinha histórico de viagem recente a outros estados.
Amostras de sangue da paciente analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, ligado à Secretaria, deram positivas para dengue 4, em exames de prova e contraprova. Até hoje o Estado de São Paulo tinha registrado transmissão dos vírus do tipo 1, 2 e 3.
Com um novo tipo de vírus da dengue em circulação, há naturalmente maior número de pessoas suscetíveis a desenvolver a doença após contraí-lo. Os pacientes infectados uma vez pelos vírus 1, 2 ou 3 ficam imunes àquele vírus, mas não aos demais.
Os sintomas da dengue, entretanto, são os mesmos para os quatro tipos de vírus: febre alta, dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos e manchas vermelhas na pele, acompanhadas ou não de dores abdominais e sangramentos espontâneos. Os pacientes com esses sintomas devem hidratar-se, não tomar remédios por conta própria e procurar imediatamente orientação médica em uma Unidade Básica de Saúde.
A Secretaria, por intermédio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), está comunicando os serviços de vigilância epidemiológica municipais para que estejam atentos a possíveis novos casos suspeitos de dengue do tipo 4.
A circulação do novo vírus, entretanto, não altera a rotina do trabalho de controle de vetores (combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue) ou do manejo clínico de casos suspeitos de dengue nos serviços de saúde.
No segundo semestre de 2010, Secretaria desenvolveu trabalho de capacitação de 6 mil agentes em todo o Estado de São Paulo para aprimorar o trabalho de controle de vetores e atendimento aos cidadãos com suspeita de dengue. Foram realizadas, no total, 51 oficinas, envolvendo 330 municípios considerados prioritários.
A iniciativa teve dois objetivos fundamentais: focar, de um lado, o controle do mosquito transmissor nas residências e em estabelecimentos com grande probabilidade de alojamento de criadouros (imóveis estratégicos e especiais) e, de outro, a avaliação de risco dos pacientes atendidos nos serviços de saúde, organização dos serviços e manejo clínico dos casos.
Semana estadual
A Secretaria iniciou nesta segunda-feira, 4 de abril, a Semana Estadual de Combate à Dengue. Cerca de 25 mil agentes foram mobilizados para uma série de atividades especiais que irá acontecer nos municípios paulistas até a próxima sexta-feira, com objetivo de alertar a população sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Por todo o Estado serão realizadas atividades de intensificação de busca e eliminação de focos do mosquito casa a casa, orientação para a população, vistoria de escolas, pedágios educativos e arrastões, entre outras ações.
A Secretaria também irá distribuir cerca de 500 mil panfletos em praças de pedágios de rodovias administradas pela Dersa e pelas concessionárias Colinas, SPVias e AutoBan. Outros 20 mil cartazes sobre a semana estadual foram distribuídos aos municípios para dar visibilidade à campanha.
No último dia 30 a Secretaria, em parceria com a operadora de telefonia celular Vivo, iniciou o envio de um milhão de torpedos com alertas sobre combate à dengue por todo o Estado, com ênfase nas regiões da Baixada Santista, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.
Balanço preliminar da Secretaria aponta que de janeiro a março deste ano foram notificados pelos municípios paulistas 10,3 mil casos de dengue, por intermédio do Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação). O número é 94% inferior ao registrado no primeiro trimestre de 2010, quando houve 108,2 mil casos.
Houve nos três primeiros meses do ano seis óbitos por dengue no Estado, dos quais dois importados e quatro autóctones. As mortes por dengue autóctone foram de pacientes moradores das cidades de Taubaté (2), Andradina e Ribeirão Preto.
terça-feira, 5 de abril de 2011
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