Aumento da gravidade dos acidentes de trânsito gera casos cada vez mais complexos no HC; gasto anual do SUS para tratar vítimas graves chega a R$ 57 milhões em SP
Levantamento do Instituto de Ortopedia do HCFMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, aponta que a gravidade dos traumas dos pacientes internados subiu 20% em 10 anos. Segundo o ortopedista Kodi Kojima, coordenador do Grupo de Trauma no Instituto, a eficiência do resgate e o número crescente de acidentes de moto e de alta energia estão diretamente ligados ao aumento da complexidade dos traumas.
Em uma década, o número de pacientes com politrauma – fratura mais o comprometimento de algum outro órgão – subiu de 13% para 21%. Pacientes com mais de uma fratura passaram de 26% para 31%. Já as fraturas mais complexas (multifragmentadas) tiveram um aumento de 7%.
“O número de pacientes não variou muito neste período. O que notamos foi um aumento da gravidade dos pacientes e das fraturas”, observa o ortopedista.
Para Kojima,a eficiência e rapidez dos serviços de resgate faz com que vítimas de acidentes graves cheguem ao hospital. “O paciente que há alguns anos não teria nenhuma chance e morria no local do acidente, hoje chega ao nosso pronto-socorro. Chega com sua saúde geral muito comprometida e com várias fraturas, a maioria delas graves”, diz.
A complexidade dos casos recebidos no instituto segue a curva crescente de acidentes de motocicletas atendidos no Hospital das Clínicas. A maioria dos internados com este tipo de fratura são jovens, no auge da produtividade, que acabam tendo a vida interrompida por um período. “Estes traumas, cada vez mais complexos, geram gastos para o Estado e uma série de problemas para os pacientes até sua total recuperação, isto se não ficarem com sequelas permanentes”, completa Kodi.
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