quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

2 em cada 3 casos de aneurisma estão ligados ao tabagismo

Estudo em hospital estadual em São Paulo avaliou 250 casos

Levantamento inédito realizado pelo serviço de neurocirurgia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo (antigo hospital estadual Brigadeiro), unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista, mostra que nos últimos dois anos, 62% dos usuários que tiveram aneurismas cerebrais fumavam regularmente.

A pesquisa também aponta que 80% dos pacientes submetidos à microcirurgia são do sexo feminino e têm entre 40 e 60 anos. No total foram analisados 250 casos. A unidade atende, em média, mil pessoas por ano com a doença.

O cigarro é capaz de “destruir” a proteína fibrosa e elástica, chamada de elastina, encontrada na parede dos vasos sanguíneos. Por isso, facilita a ocorrência de um aneurisma, que ocorre quando há dilatação anormal de uma artéria do cérebro. É o sangramento causado pelo rompimento deste vaso que pode levar o paciente à morte.

O estudo confirma que os tabagistas estão até 10 vezes mais propensos a apresentarem hemorragias cerebrais causadas por aneurismas. Além disso, o fumo está diretamente ligado ao surgimento de novos casos em pacientes que já trataram ou ainda enfrentam o problema.

“São dados alarmantes, que refletem como o cigarro pode ser danoso à saúde, causando, além de aneurismas, câncer, enfisemas pulmonares e infarto do miocárdio”, diz o médico coordenador do serviço de neurocirurgia vascular, Sérgio Tadeu Fernandes.

Para tratar o aneurisma é necessária intervenção cirúrgica. Na embolização endovascular, técnica minimamente invasiva, o paciente é operado com um pequeno furo feito, geralmente, próximo à virilha. Através desta incisão, entra o material cirúrgico que percorre os vasos do paciente, até o local exato do aneurisma, para preencher o espaço rompido. Há casos, porém, que ainda precisam ser tratados pelo modo convencional, em que há abertura do crânio.

“A doença é silenciosa e apresenta poucos sintomas. Os mais comuns são fortes dores de cabeça. O diagnóstico e o tratamento precoces aumentam as chances de sobrevivência do doente”, destaca o neurocirurgião.

No Hospital de Transplantes são feitas em torno de 20 neurocirurgias micro e endovascular por mês. O Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo fica na avenida Brigadeiro Luís Antonio, 2.651, no Jardim Paulista, e atende pacientes encaminhados pelas unidades básicas de saúde.

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