quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Novo modelo de saúde de SP prevê fim da 'ambulancioterapia'.

Regionalização do atendimento em saúde foi tema central em encontro estadual com secretários municipais de Saúde, na capital.

O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, quer que todas as 17 regiões de saúde do Estado de São Paulo tenham serviços e equipamentos suficientes para atender a população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde), evitando que pacientes tenham que viajar pelo Estado para serem atendidos.

A proposta é acabar com a chamada “ambulacioterapia”, expressão utilizada para definir a movimentação de pacientes por longos percursos, entre as diferentes regiões do Estado.

A regionalização da saúde pública foi o tema central tratado pelo secretário paulista durante a abertura do Seminário sobre Gestão Regional do SUS/SP, realizado na manhã desta terça-feira, 15 de fevereiro, na capital paulista, com a participação de secretários municipais de Saúde e representantes de 417 cidades.

Com o processo de regionalização, o secretário espera que os pacientes notem “melhora considerável” do serviço público de saúde em todo o Estado. Ele defendeu que as ações sejam integradas, com participação ativa dos municípios e diretores regionais de Saúde.

“É o sistema que deve dar alternativas de qualidade e próximas da residência dos pacientes. O Estado tem um número satisfatório de leitos, mas é preciso distribuí-los de forma mais homogênea”, afirmou Cerri.

Dentre as metas apresentadas, o secretário pretende melhorar a estrutura e fortalecer o papel dos 17 Departamentos Regionais de Saúde (escritórios que representam a Secretaria na região metropolitana, interior e litoral) , criar a carreira de gestor da saúde e elaborar planos regionais de saúde, para definir prioridades e aperfeiçoar a integração dos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) com os hospitais de cada região.

Segundo Cerri, outra questão fundamental no processo é a atenção básica, representada pelas Unidades Básicas de Saúde e porta de entrada para os usuários no SUS. Ele afirmou que pretende por em prática o Plano Estadual de Fortalecimento da Atenção Básica, que vai desde melhora física das unidades, até a qualificação dos gestores.

Todo o plano deve ser discutido com conselhos e representantes municipais. O levantamento de custos e status atual, que deve definir as primeiras ações a serem tomadas, serão elaborados também de forma regional antes de serem repassados ao comando da pasta. Em Santos, uma das regiões prioritárias, a Secretaria já realizou encontros com gestores locais para discutir o tema.

“A tendência é fazermos isso nas demais regiões e agendar visitas periódicas a todas elas”, disse Cerri.

O Seminário sobre Gestão Regional do SUS/SP, que dura até o final da tarde de hoje, contou em sua abertura contará com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Opas (Organização Pan-americana de Saúde) e dos presidentes do Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), entre outras autoridades.

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