sexta-feira, 22 de julho de 2011

HC faz pesquisa inédita sobre compulsão sexual

Instituto de Psiquiatria do HC recruta homens e mulheres com e sem impulso sexual excessivo, brasileiros, com 18 anos

O Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, inicia um estudo sobre compulsão sexual. O objetivo da pesquisa é levantar dados para a prevenção e para o tratamento da compulsão. Para isso, é preciso avaliar o perfil psicológico, a presença de comportamento sexual de risco, o perfil clínico e as alterações neuropsicológicas de pessoas com e sem comportamento sexual excessivo.

Para participar do estudo, o Instituto de Psiquiatria do HC recruta homens e mulheres com e sem impulso sexual excessivo, brasileiros, com 18 anos ou mais, alfabetizados, e com boa capacidade de compreensão das questões formuladas nos protocolos.

Segundo o psiquiatra e responsável pela pesquisa, Marco de Tubino Scanavino, o indivíduo considerado compulsivo deve apresentar um comportamento sexual (inclui masturbação), impulsos ou pensamentos sexuais muito freqüentes. “A prática compulsiva do sexo deixa de ser saudável e começa afetar a vida em vários aspectos”, afirma Scanavino que completa dizendo que o indivíduo precisa ter pelo menos mais três aspectos para ser considerado compulsivo. “Praticar sexo cada vez mais intensos e freqüentes para se obter a mesma satisfação que havia no início do quadro, sentir mal estar físico e/ou psicológico quando tentar diminuir ou evitar o sexo, ocupar o tempo com o sexo com outras pessoas ou masturbação, fracassar quando tentar controlar o comportamento sexual, gastar muito tempo e energia buscando o sexo; ocupar-se do sexo quando deveria trabalhar e continuar com o comportamento sexual mesmo percebendo que está sendo prejudicado são atitudes relevantes”.

O estudo inédito é realizado pelo Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) junto ao Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (ProAMITI), ambos no Instituto de Psiquiatria (IPq) do HC. Há duas etapas, na primeira serão avaliados aspectos clínicos e psicopatológicos. Na segunda, os voluntários serão convidados a duas abordagens terapêuticas diferentes, em grupo, conduzidas por psiquiatra ou psicólogo.

O psiquiatra explica que a compulsão, quando não tratada, traz muitos problemas. “Em sua maioria, os indivíduos sofrem o distanciamento familiar, prejuízos no desempenho profissional ou nos estudos, prejuízos financeiros e se expõem a doenças sexualmente transmissíveis”.

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