terça-feira, 26 de julho de 2011

Em 11 anos, gravidez entre adolescentes paulistas cai 37%

Em 2009 houve 92,8 mil jovens grávidas, contra 148 mil em 1998; queda vem sendo constante, aponta Secretaria

O número de adolescentes entre 10 e 19 anos grávidas no Estado de São Paulo caiu 37% em 11 anos no Estado de São Paulo. É o que aponta o mais recente balanço da Secretaria de Estado da Saúde produzido com base nos dados da Fundação Seade.
Em 1998, foram 148.018 casos de gravidez na adolescência no Estado. Em 2009, último dado consolidado, esse número caiu para 92.812 ocorrências.

Segundo os números, a queda vem sendo constante, ano a ano. Em 1999 houve 144.362 adolescentes grávidas. Em 2000 houve 136.042 ocorrências. Já em 2001 houve 123.714. Em 2002, 116.368. Em 2003 foram 109.082, em 2004, 106.737 e, em 2005, 104.984. Em 2006 o número foi de 100.632 casos. Em 2007, 96.554 e, em 2008, 94.461 adolescentes ficaram grávidas.

Albertina Duarte, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde, afirma que a redução é resultado de uma ação integrada da pasta. “A capacitação de aproximadamente 10.000 profissionais de saúde foi fundamental para alcançarmos esses números. Além disso há distribuição de preservativos e contraceptivos em unidades de todo o Estado”.

Uma redução importante, de 37,8%, foi notada na faixa etária de 15 a 19 anos. Em 1998, foram 143.490 adolescentes nessa faixa etária grávidas no Estado. Em 2009 esse número caiu para 89.176 jovens. Na faixa etária de 10 a 14 anos, o indicador apresentou queda de 19,7%, com 4.528 casos de gravidez em 1998 e 3.636 em 2009.

Desde 1996 a Secretaria adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social, e que começou a mostrar resultados dois anos depois – por isso a Secretaria usa 1998 como base de comparação.
Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente a Secretaria investe em capacitação, organizando palestras e cursos a profissionais médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.

A Casa do Adolescente de Pinheiros, na capital, serviu como espécie de laboratório da nova política de saúde para jovens, oferecendo atendimento multidisciplinar, com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores. Há oficinas, bate-papos e terapias em grupo para que os jovens exponham seus sentimentos, recebendo orientação especializada. Também são realizados cursos de inglês e espanhol, aulas de dança, cursos de culinária e artesanato, dentre outras atividades.

O sucesso do trabalho levou o Estado ampliar o projeto da Casa do Adolescente, em parceria com os municípios e a Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social. Hoje são 25 unidades na capital, Grande São Paulo e litoral do Estado. Uma delas, inclusive, instalada em Heliópolis, maior favela da cidade de São Paulo.
Para auxiliar na prevenção à gravidez indesejada, a Secretaria decidiu ampliar o acesso das mulheres, inclusive adolescentes, a métodos anticoncepcionais. Desde julho de 2007 estão disponíveis contraceptivos comuns e pílulas do dia seguinte em 20 unidades da Farmácia Dose Certa, na capital, situadas em estações de metrô, trem e centros de saúde.

Para o interior, litoral e Grande São Paulo a Secretaria também passou a enviar anticoncepcionais, pílulas do dia seguinte e DIUs, para distribuição em Unidades Básicas de Saúde, em complemento ao repasse do governo federal.

Disque-Adolescente

A Secretaria mantém um telefone para tirar dúvidas dos adolescentes sobre sexo seguro, anticoncepcionais e relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. Uma equipe formada por médicos, psicólogos e assistentes sociais atende jovens que ligam em busca de algum tipo de orientação, por meio do telefone (11) 3819-2022. O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 11h às 14h.

“A replicação do atendimento multiprofissional focado não apenas na prevenção mas nos aspectos emocionais e psicoafetivos dos adolescentes vem contribuindo não só para a diminuição dos índices de gravidez na adolescência, mas também na prevenção e tratamento de doenças”, diz o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

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