O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, unidade da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo referência nacional no tratamento de doenças infecciosas, faz um alerta às pessoas que farão viagens internacionais nas férias de julho, especialmente aos que irão à Europa, para que tomem a vacina contra o sarampo. O ideal é que a imunização ocorra 15 dias antes da viagem.
Ao longo de 2012 foram registrados cerca de sete mil casos de sarampo em território europeu, segundo boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria. A vacina tríplice viral, que está disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde), é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba.
Em 2013, a doença continua presente em diferentes regiões do mundo, resultando em óbitos no Paquistão e Nigéria, e milhares de casos na China, Turquia, Rússia, Georgia, Gabão, e no Reino Unido. Os Estados Unidos registraram surtos em três estados, relacionados à importação do vírus da Índia e Reino Unido.
No Estado de São Paulo foram registrados cinco casos de sarampo neste ano, todos vinculados à importação de outros países. Mas desde 2000 o Estado não registra circulação endêmica do vírus.
Segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, do Emílio Ribas, os casos de sarampo são mais comuns durante a infância, mas na idade adulta e em crianças menores de 1 ano vida os riscos de complicações pelo vírus costumam ser maiores. A vacina ainda é a forma mais segura de prevenção.
Pelo calendário do SUS a primeira dose da vacina deve ser aplicada aos 12 meses de idade e a segunda, entre quatro e seis anos. Para os adultos não imunizados, a vacina também está disponível e é indicada para os nascidos a partir de 1960.
Dados do CVE apontam que, dos casos registrados na Europa em 2012, 94% ocorreram em países como a França, Itália, Romênia, Espanha e Reino Unido. Metade dos casos acometeram crianças menores de um ano de idade. A circulação endêmica do vírus se manteve na África, Ásia e Oceania. Espera-se que em 2013 ocorra uma circulação maior do vírus do sarampo no Reino Unido. Neste ano, um caso importado da doença foi notificado no hospital Emílio Ribas. Trata-se de brasileira, com 60 anos de idade, recém-chegada da Itália.
O sarampo é uma doença de natureza viral altamente contagiosa. Sua transmissão ocorre através do contato com uma pessoa infectada ao falar, tossir ou espirrar. Também têm sido observados alguns casos de contagio por dispersão de gotículas em ambientes fechados, como por exemplo, escolas, clínicas médicas e creches. As pessoas que viajaram ao exterior nos últimos 30 dias ou tiveram contato no mesmo período com alguém que viajou devem ficar atentas quanto aos sintomas da doença.
De acordo com o infectologista, a doença geralmente se manifesta de forma mais acentuada nos primeiros dias após o contágio. “Os principais indícios do vírus são febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e aparecimento inflamações avermelhadas na pele. Ao perceber os sintomas, o indivíduo deve procurar imediatamente atendimento médico”, afirma o especialista do Instituto Emílio Ribas.
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