quarta-feira, 12 de junho de 2013

23% das adolescentes já usaram pílula do dia seguinte


Pesquisa com 600 jovens aponta que 75% de meninas e 60% dos meninos, entre 10 e 15 anos, conhecem os efeitos do medicamento para evitar gravidez

Pesquisa realizada pela Casa da Adolescente, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, aponta que 23% das adolescentes do sexo feminino já usaram a pílula do dia seguinte para evitar gravidez.

O levantamento realizado pelo serviço, com 600 entrevistados com idade entre 10 e 15 anos, ainda mostra que 75% das meninas e 60% dos meninos já conheciam a utilização do medicamento para impedir uma gestação indesejada.

Entretanto, como alerta Albertina Duarte, coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, a pílula expõe as usuárias a uma situação de risco, em especial com relação às doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da Aids.

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids, ligado a Secretaria, em 2011, foram notificados 134 casos da doença em pessoas com idade entre 10 e 19 anos, 25 % maior que em 2010, quando foram registrados 107 novos casos.

“A pílula do dia seguinte pode apresentar um índice de falha 15 vezes maior do que o anticoncepcional convencional”, explica Albertina.

Por isso, a especialista alerta que a recomendação desse medicamento só pode ser feito em casos emergenciais, apoiados a uma ação educativa quanto aos riscos à saúde.

Casa do Adolescente
Inaugurada em 1991, a Casa do Adolescente serviu como uma espécie de laboratório de novas políticas de saúde para jovens. Com diversos prêmios internacionais, a Casa oferece atendimento multidisciplinar, por meio de médicos, dentistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e professores. Há também realizações de oficinas, bate-papos e terapias em grupo, para que os jovens exponham seus sentimentos, recebendo orientação especializada.

Além disso, no começo deste ano, um termo de cooperação técnica entre a Secretaria e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) permitirá quase triplicar o atendimento realizado na unidade de Pinheiros da Casa do Adolescente, que passará a ter a capacidade de realizar até 11 mil atendimentos mensais.

A parceria também fará da Casa do Adolescente de Pinheiros um centro de docência especial voltado à capacitação e à especialização em saúde pública na adolescência, promovendo intercâmbio de conhecimento com outros países, a exemplo da Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Bolívia e Angola.

O serviço ainda mantém o “Disque Adolescente”, um canal de comunicação para que jovens tirem suas dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais, relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. Por meio do número telefônico (11) 3819-2022, uma equipe formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais prestam orientações de segundas às sextas-feiras, das 11h às 14h.

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